Não é novidade que um dos momentos mais “estressantes” da vida é quando precisamos tomar decisões importantes que podem definir o rumo da nossa história neste espaço que vivemos.
O que fazer nestes momentos?
Na maioria das vezes, buscamos compartilhar com terceiros a aflição do momento, seja em busca de apoio ou de corresponsabilidade na tomada de decisão para no caso se der errado, ter a quem culpar. O sentido de autopreservação é mais forte na hora que o “bicho pega”. Não vamos entrar na discussão do certo e do errado, mas explicar um pouco a cada artigo como o nosso Cérebro toma decisões.
No momento da decisão, o sistema cerebral é submetido a um processamento intenso de informações alimentado por 3 Mentes distintas que se conectam de alguma forma, para perceber e dar resposta ao mundo (MacLean, 1990).
Vamos explicar resumidamente como a coisa funciona: Num primeiro momento, a Mente 1 conhecida como Complexo Reptílico (Complexo R), processa as informações operacionais em relação à sobrevivência (cheirar, sugar, engolir e caminhar) para logo em seguida a Mente 2 – Complexo Páleo (Complexo P), começar a significar a experiência sensorial (afetos, desafetos, medos, crenças) para que a Mente 3 - Complexo Neo-córtex (Complexo N), possa justificar, criticar e racionalizar o que surgiu dos momentos anteriores.
Não entendeu nada, né! Vamos explicar um pouco mais poupando vocês dos detalhes científicos na medida do possível.
Do ponto de vista funcional, a Mente 1 (Complexo R) possui a capacidade de estabelecer relações entre situações percebidas como rotina e temporais, reagindo com decisões previamente definidas (ex. práticas comportamentais e instinto). Este tipo de conexão entre situações pode chegar a ser consciente e expressa linguisticamente (fala, gestos, sons) através da Mente 3 (Complexo N).
A Mente 2 (Complexo P) adiciona o componente emocional às decisões, determinando um estado de relaxamento quando são completadas de forma satisfatória e um estado de ansiedade quando interrompidas, modificadas ou incorretas.
Já a Mente 3 (Complexo N), possui a capacidade silogística indutiva (como diria o filósofo Aristóteles, cada conclusão é efeito de duas premissas) de estabelecer conexões racionais entre as situações.
Em caso de impossibilidade lógica nas situações analisadas, a conexão pode ser estabelecida através da Mente 2 (Complexo P) por meio de analogia e binariedade (sim ou não) ou através da Mente 1 (Complexo R) por meio do “instinto”, onde esta também atua na decisão por meio de pensamento binário (ataque/fuga, gosto/desgosto, devo/não devo).
Como em um loop contínuo, existe sempre uma relação comunicativa entre os Complexos N, P e R na qual o neocórtex está a todo instante, tentando achar uma racionalização lógica aos fenômenos para a tomada de decisão (Baglini, 2018), nos obrigando a optar pelo desejo de chegar a algum lugar da forma mais rápida e menos angustiante, mas nenhuma das Mentes dá conta de resolver o problema sozinho. A Mente que tiver melhor argumentação se impõe na discussão e encaminha a decisão a ser tomada. Este “processamento da decisão” pode ser ágil, equilibrado e dinâmico para alguns e extremamente lento, instável e doloroso para a grande maioria.
Diante deste “UFC de Mentes”, O que fazer?
Em minhas pesquisas acadêmicas e experiência profissional de mais de 20 anos como consultor e professor, me convenci que podemos aprender como treinar “as nossas Mentes”. Para isto, desenvolvi uma metodologia de ABP (Aprendizado baseado na Solução de Problemas) com técnicas e ferramentas que tornam o Processo de Tomada de Decisão mais equilibrado, assertivo e natural, que ensino no meu treinamento: Como tomar Decisões na Prática.
Ele é aberto a todos, que queiram aprender a treinar seu cérebro. Próxima turma 18/06/19.
Mais informações e inscrições: clique aqui.
Walfrido Brito Pinheiro é pesquisador, consultor, palestrante e autor da obra O Processo de Tomada de Decisão do Empreendedor (COPPE/UFRJ, 1995).
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